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Buraco na parede

Quando acordei esta manhã, havia um buraco na parede do meu quarto. Não era um buraco comum. Não conduziu ao quarto ao lado. Não pareceu liderar em qualquer lugar. Eu olhei para ele, mas não havia nada além de escuridão.

Eu não sei como você deveria descrever encontrar algo assim. Eu estava aterrorizado e intrigado. Como chegou lá? Para onde foi? Quem (ou o que) conseguiu?

Eu fiz o único que pude. Subi e entrei.

Não tenho certeza exatamente onde estou agora, ou como voltar.

Eu só quero voltar.

Este lugar não está certo.

Não lembro de sair do buraco. Era mais como eu acordei. Eu estava no meio da sala de estar. Minha sala de estar. Só não era.

É como se alguém estivesse em minhas memórias e reconstruísse meu apartamento o melhor que pudesse com as imagens nebulosas mantidas lá. As paredes são um pouco de cor cinza, não branco demais, como deveriam ser. A sala de estar se sente um pouco menor do que deveria, o quarto era um pouco maior. As alças das portas são uma polegada muito alta, a pia da cozinha uma polegada muito baixa. Nada que você notasse à primeira vista, mas juntos, ele se sente um pouco fora.

Errado.

O ar cheira a ferrugem e mofo e está muito frio para esta época do ano. Está nublado e tranquilo. Muito quieto. Eu não ouvi um único animal desde que cheguei aqui. Sem pássaros, sem cachorros, sem insetos.

Mas essa não é a coisa mais estranha.

São as pessoas. Não consigo ver seus rostos.

Eu notei pela primeira vez quando vi a foto que fica na minha mesa de cabeceira. É o mesmo que eu tenho em casa de mim e meu parceiro, só que não é. A cor está errada. A forma está errada. Mas é a mesma foto. Só você não pode ver nossos rostos. É como se estivessem borrados. Os recursos estão lá, mas eu não posso fazê-los, como o meu cérebro se recusa a processar a imagem.

Olhei para fora e as ruas estavam vazias e molhadas. Era a mesma visão que vi todas as manhãs quando acordei, mas não era. A estrada estava deformada para a esquerda um pouco mais do que deveria ter sido. Os carros um pouco menores do que eu lembrei deles, as casas um pouco mais largas. As árvores eram castanhas e moribundas, a grama desigual e murchada, como se Deus tivesse acordado alguns dias atrás e desligou o interruptor ‘LIFE’.

Então eu o vi. Pelo menos eu acho que era ele. Ele estava vestindo um terno e um chapéu de abas largas, carregando uma mala ao caminhar em direção ao ponto de ônibus. O ponto de ônibus com o sinal muito alto, a cadeira muito pequena. Lá estava parado, esperando, mas nenhum ônibus chegou. Ele continuou a ficar parado, congelado em uma paisagem desolada onde nada se movia ou respirava ou parecia verdadeiro. Então ele olhou para mim e eu cai para trás com terror.

Ele não tinha rosto.

Ele continuou olhando para mim, um manequim sem rosto que meu cérebro simplesmente não conseguia entender. Ele sabia que eu estava aqui. Eu podia ouvir um grito agudo, tão alto que era como se estivesse dentro do meu córtex cerebral. Eu cai de joelhos com dor, incapaz de fazer qualquer coisa para fazê-la parar. Eu estava no inferno sendo esfaqueado com mil pokers quentes enquanto um marrejo estava sendo levado ao meu cérebro e sentimentos. Eu estava roasting sobre um caldeirão de carne e ossos e grizzle enquanto slugs slithered e sizzled sobre as brasas abaixo de mim tentando obter a sua parte da minha essência.

Então eu estava de volta e o homem se foi. Como se ele nunca estivesse.

Eu não estive lá fora. Não posso. Há algo lá fora. Eu posso ouvi-lo na distância, só que não posso. Um estrondo como a Terra em si está se abrindo, embora não haja nenhum som real. O mundo está em silêncio, mas ainda posso ouvi-lo.

Está se aproximando.

Não sei o que fazer. Eu procurei toda a casa e o buraco se foi agora. Não há como voltar.

A TV funciona, mas é apenas um ruído branco. O rádio nada mais que estático. Meu telefone se conecta, mas não há ninguém lá. Esta mensagem está mesmo a decorrer?

Tudo é apenas um sonho, certo? Qualquer coisa é possível em um sonho.

O barulho está se aproximando.

Deixe-me sair.

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